domingo, 22 de julho de 2007

Nelson Piquet


Toda vez que esbarrava com Nigel Mansell a caminho dos boxes, Piquet caprichava no sorriso e cumprimentava o piloto inglês com uma calorosa frase:
- Oi, panaca!
Mansell, ingenuamente, retribuía a saudação com o melhor de seus sorrisos. Até que um dia o inglês perguntou aos jornalistas brasileiros que cobrem a Formula 1 o que significava "panaca". Quando descobriu, foi tomar satisfações com o bon vivant brasileiro que, como não poderia deixar de ser, riu à beça durante toda a discussão.
Conforme atestado pela foto acima, essa não foi a primeira nem a última vez que Mansell penou com as traquinagens desta figuraça chamada Nelson Piquet Souto Maior. Outro "causo" entre os dois: na noite anterior aos treinos de qualificação para o GP México de 1986, Nigel abusou da comida mexicana. Consequentemente, foi acometido de uma violenta crise de caganeira que o obrigava a ir diversas vezes ao banheiro entre uma e outra volta. Piquet, que só espiava as idas e vindas do inglês com o rabo do olho, foi sorrateiramente até o banheiro usado por Mansell e surrupiou o rolo de papel higiênico. Não convém dizer em que estado o inglês ficou quando percebeu o furto tarde demais...
Não é difícil compreender porque os feitos de Piquet, piloto que em 204 GPs disputados venceu 23 corridas e conquistou 3 títulos mundiais (em 1981, 1983 e 1987), foram eclipsados pelo fenômeno Ayrton Senna. Enquanto Senna esmerava-se em ser um exemplo de profissional dedicado, temente a Deus e atencioso com jornalistas e patrocinadores, Piquet nunca se preocupou em refrear sua língua viperina ou pensar duas vezes antes de tomar atitudes como a do antológico episódio retratado na foto ao lado. À guisa de explicação: o piloto brasileiro liderava o GP Alemanha de 1982 quando um retardatário, o chileno Eliseo Salazar (que bateu em 7 das 24 corridas que disputou em toda a sua carreira), atingiu sua Brabham por trás, tirando ambos da pista (veja vídeo). Indignado, Piquet desceu do carro e agrediu Salazar com chutes, socos e empurrões.
Mas nada supera a repercussão obtida por suas bombásticas declarações. Por exemplo, sobre Ayrton Senna: "O negócio dele é garotões. Eu nunca o vi com mulher". A respeito de Alain Prost, vaticinou: "Não entendo porque apelidaram o Prost de Professor, se ele foi o cara que mais fez cagada na F-1". Sobre a Formula Indy, detonou seu regulamento que prevê a interrupção das corridas com bandeira amarela e entrada de um safety car na pista a cada situação de perigo com esta pérola: "O cara roda, é bandeira amarela. Passarinho cagou na pista, é bandeira amarela". Em outra ocasião, questionado sobre a existência de pilotos homossexuais na F-1, não relutou em dizer: "Se tiver eu como!". Pouco antes de disputar o último GP da temporada de 1983, no qual conquistaria seu segundo título, afirmou: "Se vencer o campeonato vai ser sensacional. Se não vencer também está bom. Pelo menos não vou ter que enfrentar aquele monte de jornalistas que cercam um campeão mundial".
E no entanto, a declaração que melhor exemplifica as diferenças entre os dois tricampeões brasileiros de Fórmula 1 talvez seja esta: "Bom é viver um dia depois do outro. Isso basta como troféu. Ganhar não é tão importante." Ao contrário de Senna ou de Michael Schumacher (o chucrute voador), Piquet jamais nutriu obsessão pela conquista de recordes, preferindo gastar seus milhões angariados na F-1 com iates e mulheres, feito o Pica-Pau naquele episódio clássico. Sua fama de enfant terrible, conjugada com a morte precoce de Senna, explicam o porquê do ex-piloto da Brabham ter sido relativamente esquecido pela mídia. Contudo, quem assistiu a suas corridas e viu performances como sua inolvidável ultrapassagem sobre Ayrton no circuito de Hungaroring em 1986 (se não viu, clique aqui) sabe que Nelson Piquet é um dos maiores pilotos de todos os tempos, comparável apenas aos grandes como Fangio, Clark, Stewart e Fittipaldi, e lamenta até hoje o acidente durante os treinos para as 500 Milhas de Indianópolis de 1992 que encerrou sua carreira (veja vídeo).
Fonte: http://www.gardenal.org

As frases polêmicas de Nelson Piquet


A carreira do tricampeão Nelson Piquet foi marcada por muitas curiosidades dentro e fora das pistas. No período em que esteve na Fórmula 1, entre 1978 a 1991, o brasileiro fez muitos amigos, mas também deixou muita gente furiosa. O motivo para as desavenças era a língua solta de Piquet, que não escondia sua posição junto a outros pilotos e, por isso, acabou se tornando um personagem polêmico dentro do automobilismo.
Os dois pilotos que mais "sofriam" com as declarações de Piquet eram Ayrton Senna e o inglês Nigel Mansell. Muita gente não entendia o motivo de tantas críticas ao compatriota, outro grande ídolo dos brasileiros. Uma das polêmicas criadas pelo tricampeão foi quando ele desmentiu Senna sobre o seu salário na Lotus. “Ele ganhava menos da metade que vivia falando. Eu sei disso porque vi o contrato dele”, disse Piquet.
Com Mansell a rivalidade não era apenas nas corridas, mas também nos bastidores e declarações à imprensa. Os dois trocavam farpas e Piquet não poupava nas palavras. "Mansell é o maior idiota que eu já vi", dizia sobre o companheiro na Williams.
Sua sinceridade muitas vezes assustava, mas também fez com que o brasileiro fosse admirado por muita gente. Considerado por muitos como um dos melhores acertadores de carro da F-1 - senão o melhor - Piquet foi um exemplo como piloto e é um dos maiores ídolos da história do esporte brasileiro em todos os tempos.
Outras frases de Piquet
"O meu sangue tem mais gasolina do que hemoglobina"
"Uma corrida não se ganha na primeira volta, mas se perde" (falando aos novatos na F-1)
"Se eu fosse ele, pulava o muro de Interlagos e só aparecia na Argentina" (sobre o que Rubens Barrichelo iria ouvir nos boxes depois de rodar em Interlagos)
"O negócio dele é com garotões. Eu nunca o vi com mulheres" (sobre Ayrton Senna)
"O Senna vive para o esporte e tira o máximo proveito por ser considerado um grande herói das pistas. Às vezes fico pensando que não sabe fazer mais nada na vida".
"Para limpar seu capacete eu não sirvo, mas talvez você possa limpar o meu, que é de um campeão mundial" (frase dirigida o argentino Carlos Reutemann, seu rival, depois de conquistar o seu primeiro título na F-1, em 1981)

Fonte: GLOBOESPORTE.COM

2 comentários:

Unknown disse...

Ele sempre foi foda!!!

Nunca ligou para o que a Globo fazia, nunca precisou disso pra ser Tri campeão...

Anônimo disse...

Hahahahahaha!

Nelson Piquet é um verdadeiro exemplo de pessoa que não tem medo de expor o que realmente pensa e faz.

Não acompanhei sua carreira (tenho menos de 25 anos), mas pelo texto e alguns vídeos da para perceber que ele foi um ótimo piloto e uma pessoa sem papas na língua.

Queria ver se ele iria freiar o carro para dar a corrida para o companheiro de equipe, como fizeram o Rubinho e o Massa.No máximo ele mandaria a equipe se foder, junto com o Galvão e a Globo.