domingo, 25 de novembro de 2007

A queda do Muro de Berlim

O Muro de Berlim foi um símbolo da divisão da Alemanha em duas entidades estatais, a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e a República Democrática Alemã (Alemanha Oriental). Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos: o capitalista encabeçado pelos Estados Unidos; e o socialista, constituído pelos simpatizantes do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda.
Pesquisadores ainda não têm certeza sobre o número de suas vítimas. Até agora, 125 mortos foram confirmados, mas outros casos estão sendo investigados, a maioria dos históricos menciona que mais de 200 pessoas teriam sido mortas na tentativa de atravessá-lo.
O Muro de Berlim caiu no dia 9 de Novembro de 1989, depois de 28 anos de existência, ato inicial da reunificação das duas Alemanhas, que formaram finalmente a República Federal da Alemanha, acabando também a divisão do mundo em dois blocos. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria.
Os cidadãos da RDA foram recebidos com grande euforia em Berlim Ocidental. Houve uma grande celebração na Rua Kurfürstendamm, e pessoas que nunca se tinham visto antes cumprimentavam-se.
O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.

Assista aqui vídeo sobre a queda do muro

Eleições 1989

Era um momento esperado há muitos anos por todos os brasileiros. Finalmente o povo iria às urnas escolher através do voto direto, seu presidente. Talvez por conta da novidade, o país podia escolher entre 22 nomes. Vinte e dois!
Foi certamente uma das eleições mais divertidas da história. Vários políticos respeitados, alguns pouco conhecidos e muitas figuras. Musiquinhas inesquecíveis, debates editados decidindo o segundo turno, e a vitória de um presidente que cumpriu pouco mais da metade do seu mandato.
O Primeiro turno das eleições ocorreu em 15 de novembro de 1989.
Eis o resultado do primeiro turno:

1º - Fernando Collor de Mello (PRN/PSC/PT do B/PTR/PST) - 20.607.936 votos (30,57%)
2º - Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PSB/PC do B) - 11.619.816 votos (17,18%)
3º - Leonel Brizola (PDT) - 11.166.016 votos (16,51%)
4º - Mário Covas (PSDB) - 7.786.939 votos (11,51%)
5º - Paulo Salim Maluf (PDS) - 5.986.012 votos (8,85%)
6º - Guilherme Afif Domingos (PL / PDC) - 3.271.986 votos (4,83%)
7º - Ulysses Guimarães (PMDB) - 3.204.853 votos (4,74%)
8º - Roberto Freire (PCB) - 768.803 votos (1,13%)
9º - Aureliano Chaves (PFL) - 600.730 votos (0,88%)
10º - Ronaldo Caiado (PSD / PDN) - 488.872 votos (0,72%)
11º - Affonso Camargo Neto (PTB) - 379.262 votos (0,56%)
12º - Enéas Ferreira Carneiro (Prona) - 360.574 votos (0,53%)
13º - José Alcides Marronzinho de Oliveira (PSP) - 238.379 votos (0,35%)
14º - Paulo Gontijo (PP) - 198.708 votos (0,29%)
15º - Zamir José Teixeira (PCN) - 187.160 votos (0,27%)
16º - Lívia Maria de Abreu (PN) - 179.896 votos (0,26%)
17º - Eudes Oliveira Mattar (PLP) - 162.336 votos (0,24%)
18º - Fernando Gabeira (PV) - 125.785 votos (0,18%)
19º - Celso Teixeira Brant (PMN) - 109.894 votos (0,16 %)
20º - Antônio dos Santos Pedreira (PPB) - 86.100 votos (0,12%)
21º - Manuel de Oliveira Horta (PDC do B) - 83.280 votos (0,11%)
22º - Armando Correia da Silva (PMB) - 4.363 votos (0,01%)

Candidatura anulada:
Sílvio Santos (PMB)
O homem do baú estava louco pra ser presidente. E ganharia com o pé nas costas, caso sua candidatura não fosse impugnada pelo TSE. Pesquisas da época davam enorme vantagem de Sílvio contra Collor.

Segundo turno:
Às vésperas da eleição, a Rede Globo promoveu um debate final entre ambos os candidatos e, no dia seguinte, levou ao ar uma versão editada do programa em sua exibição no Jornal Nacional. Vários analistas sustentam que a edição foi favorável a Collor e teria influenciado o eleitorado (fato este admitido mais tarde por várias pessoas ligadas a Rede Globo, mostrado no documentário "Brasil: Muito além do Cidadão Kane"). A votação do segundo turno aconteceu em 17 de dezembro de 1989.

1º - Fernando Collor de Mello (PRN) 35.089.998 votos (53,04%)
2º - Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 31.076.364 votos (46,96%)

Curiosidades:
- O programa de Lula abria com a vinheta da “Rede Povo”, e contagiou gerações com o “Lula lá, brilha uma estrela”
- Leonel Brizola e seu inesquecível “lá lá lá lá lá brizoooola” e prometia rever a concessão da TV Globo
- Guilherme Afif Domingos : Seu slogan: “dois patinhos na lagoa, vote Afif 22”. Seu gesto na campanha: Com as mãos fechadas, colocava uma em cima da outra. Por fim, com a mão direita, apontava com o indicador e dizia: “juntos chegaremos lá”.
- Enéas Carneiro: Em sua primeira aparição ao mundo, o lendário Enéas dizia aos berros a que veio em menos de trinta segundos.
- Marronzinho: aparecia amordaçado, e um locutor avisava: "Cuidado, ele vai falar!" E quando falou... disse que iria "obrigar" a Petrobras a usar seu equipamento para procurar água no Nordeste. Seu lema: "Pobre vota em pobre". Depois, virou evangélico e mudou seu nome para Jamo Little Brown. Edita um jornal online e foi preso por "dizer algumas verdades" ao prefeito de Cotia (SP).
- Antônio Pedreira: Pedreira era dureza. Xingava o Collor, o Lula, o Brizola… Quase não tinha programa, de tanto direito de resposta que aparecia.
- Silvio Santos: Como as cédulas da votação já estavam impressas, em seu programa eleitoral, ensinava: "para votar no Silvio Santos devem marcar no meio da cédula, Correa, onde está o 26, Correa é Silvio Santos, marquem o 26 e estarão votando no Silvio Santos e fiquem certos: não se arrependerão"

Assista a uma coletânea com programas eleitorais de 1989, destaque para o programa de Silvio Santos, aqui.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Josimar

Josimar foi lateral-direito da Seleção Brasileira na Copa de 1986, no México. Começou a carreira no Botafogo. Viveu seu melhor momento na carreira em 86, quando foi convocado por Telê Santana para defender o Brasil. Na ocasião, Josimar foi beneficiado pela contusão de Édson Boaro e acabou sendo o titular no Mundial do México, competição na qual marcou dois belos gols com a camisa canarinho (um contra a Irlanda do Norte e outro contra a Polônia, clique sobre o nome do país para assistí-los).
Em 1989, após ajudar o Glorioso a ser campeão carioca, Josimar jogou por empréstimo no Flamengo, mas não vingou na Gávea. Depois também teve passagens apagadas pelo Internacional, em 1991, Sevilla (Espanha), ainda em 91, Novo Hamburgo (RS), em 1992, Bangu, Uberlândia (MG), futebol venezuelano, pelo Baré e ainda Rio das Ostras e Coelho da Rocha.
O que mais prejudicou a carreira de Josimar, que prometia ser um dos melhores laterais-direitos da história do futebol brasileiro, foi, infelizmente, seu envolvimento com as drogas e as más companhias. Hoje, pai de três filhos, um deles juvenil do Botafogo, o solteiro Josimar, além do trabalho social, freqüenta uma igreja evangélica e tenta apagar a má fama do passado.

"Eu, Christiane F. - 13 Anos, Drogada e Prostituída"

Christiane Vera Felscherinow ainda não se livrou da guerra particular iniciada em 1975 contra as drogas. Hoje ela chegou a um estado que alguns médicos consideram "irreversível": sofre de hepatite tipo C e de graves problemas circulatórios. A senhora Felscherinow é, para o mundo, Christiane F., drogada e prostituída aos 13 anos. Seu drama de vício da heroína virou best seller e filme cultuado na década de 80.É raro encontrar pessoas que viveram sua adolescência nos anos 80 que não conheçam parte de sua história. A saga da garota alemã que se prostitui para sustentar o vício em heroína era leitura quase obrigatória para a chamada geração saúde.
Os jornalistas Kai Herman e Horst Rieck, da revista Stern, notaram a presença da garota durante uma reportagem e escreveram uma série de matérias na publicação. Foi a origem do livro que ganhou rapidamente uma versão cinematográfica, igualmente aclamada, lançado mundialmente em 1981, que encontrou certa dificuldade com a censura no Brasil, que ainda vivia sob o governo militar.
Hoje, Christiane é um retrato, ainda vivo, do poder destruidor das drogas. Apenas em dezembro de 2005, o serviço público de saúde alemão registrou duas internações da paciente, que há anos passa por inúmeros tratamentos de desintoxicação. Todos, invariavelmente, não a livraram do uso de heroína.A iminência de um "colapso circulatório com potencial risco às funções vitais" é descrita em pelo menos um relatório médico. Christiane tem de passar regularmente por sessões de hemodiálise. Mas além das agulhas e injeções hospitalares, ela sempre recorreu ao "pico" da heroína.Sem emprego fixo, Christiane sobrevive dos royalties das obras às quais empresta sua história. A vendagem de livros e a exibição do filme, porém, têm sido cada vez mais escassos. Sua situação financeira é limítrofe: vive com dois tios e o filho de 9 anos, Jan-Nicklas, num apartamento modesto em Berlim. É seu sétimo endereço em 15 anos.Desde que se tornou famosa ao ser "descoberta" por dois jornalistas alemães, que publicaram sua história, Christiane tentou reconstruir a vida, sem sucesso. Chegou a anunciar que estava "limpa", livre das drogas. Anos depois, admitiu que isso nunca ocorreu, a não ser por um período máximo de cinco meses.Convicta, ela sempre diz que não se considera uma vítima das drogas. Pelo contrário, garante que faz tudo de forma absolutamente consciente.O inferno de Christiane Vera Felscherinow começou em 1973, quando seus pais se divorciaram. Freqüentadora da discoteca Sound, conheceu Detlef, que se tornaria seu namorado.Viciado em heroína, Detlef introduz Christiane na "gangue do Zôo", grupo de jovens berlinenses que usavam drogas numa famosa estação de metrô da cidade alemã.No local, ela se prostituiu dos 13 aos 15 anos, necessitando de três "picos" (doses da droga) por dia na reta final. Dizia ser "seletiva", repelia os "nojentos", levava uma tarde inteira pra aceitar um cliente. Depois, mudou, aceitava o primeiro que aparecia, tinha relações dentro de carros.
O ex-namorado Detlef ainda está vivo, trabalha como motorista de ônibus em Berlim. Mora com sua esposa e dois filhos e garante que se livrou das drogas.